quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Epílogo


Eu emagreci bastante, mesmo com Marcos me dizendo que não precisava. Não tinha voltado a ficar a panicat que era Silvia, mas me achei linda no vestido em que fui madrinha de Marília. Ela ficou surpresa de eu ter ido com Marcos, mas no fim adorou a ideia.

As meninas, Ju e Pri, adoraram me ter de volta, Pri até começou a fazer aulas de pintura. Até mãe delas passou a me tratar bem e Maria havia se convencido de que eu havia mudado.

Marília e eu ficamos grávidas quase ao mesmo tempo e torcemos para nossos filhos formarem um casalzinho.

O dia em que meu filho nasceu foi o dia mais feliz da minha vida. Ele se chama Alan e Marília teve uma menina. Quem sabe eles não formem um casal como um dia também fomos.

No primeiro dia de visitas no hospital, apés o meu parto. Ele apareceu. Marcos não deixou ele entrar antes de perguntar pra mim se podia, eu concordei.

Ele entrou acanhado, estava nitidamente mais velho, menos cabelo e mais rugas. Mas ainda se mantinha atlético. Eu segurava meu filho no colo.

“Oi... ele... ele é lindo...” Ele falou sem jeito.

“É sim... obrigada...”

“Eu... eu...” Ele tentou falar, eu o cortei.

“Pode vir ver mais de perto... ele tem o mesmo nome que você...” Ele se aproximou e eu vi que seus olhos se enchiam de água.

“Desculpa... eu não tinha o direito de ter feito... Meu deus... eu sou um monstro, eu roubei... eu...” Ele desabou em choro.

Marcos ainda estava dentro do quarto, apreensivo, me protegendo como sempre.

“Não precisa ficar assim, isso tudo é passado... eu... eu sou muito feliz...” Eu disse sincera e olhei para a carinha do meu filho. "Eu sou realmente muito feliz..."

“Você é uma Silvia muito melhor que eu e eu também não sou o melhor Alan do mundo...” Ele choramingou.

“Eu não sou a Silvia e você não precisa ser o Alan.” Eu disse serena.

“É, você tem razão, eu... eu... eu só queria me desculpar, eu não tinha coragem de olhar pra vocês... eu... eu também queria vê-lo...” Ele disse limpando o rosto.

“Tudo bem, você pode vê-lo quando quiser.”

“Ta bom, obrigado e... bem, tchau, eu vou indo. Obrigado por... por não ter raiva...” Ele disse se retirando sobre os olhares vigiadores do meu marido.

Sentindo o calorzinho do meu filho em meus braços, olhando para Marcos ali me protegendo, me amando eu disse quase rindo. "Eu não tenho raiva, acho que..." Eu ri de novo. "Acho que sinto gratidão..."

Até hoje, ele nunca mais voltou. Alan tem dois anos e eu estou grávida de novo. Marília e Thiago fazem tudo com a gente e as crianças. Somos muito amigos.

Marcos e eu somos um casal apaixonado, acho que éramos almas gêmeas desde o início, se é que isso existe. Eu ainda lembro um pouco de como era ser homem e confesso que quando fico naqueles dias ainda almadiçôo a verdadeira Silvia, mas passa rápido, é só ver o sorriso do meu filho ou ganhar um beijo de Marcos pra voltar a adorar ser a mulher que sou.

Um comentário:

  1. Essa história toda parece ser real, por possuir tantos detalhes ^^

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