terça-feira, 10 de julho de 2012

UMA PROFUNDA TROCA DE CASAIS CAP. 07


Acordei ainda em êxtase, com o sol entrando pela janela. Os braços de Marília estavam sobre mim, agora mais pesados, mas ainda assim tão confortáveis que eu quase esqueci de tudo. Claro que isso não durou muito, foi só perceber que o cabelo que estava no meu rosto era o meu próprio e não o de minha esposa e que o peso no meu tórax eram dois grandes seios bem maiores que os de Marília, que a memória voltou com força total.
Lembrei da noite que tivemos, não posso negar que foi incrível, mas ao mesmo tempo foi estranho, o domínio dela, o jeito que ela me deu prazer. Era muito mais como se eu fosse a fêmea e ela o macho e eu gostei... De tudo. Mas o pior foi um sentimento que tentei esconder de mim mesmo o tempo inteiro, eu queria ser penetrado.
Afastei os pensamentos que me atormentavam, afastei os braços de Marília, que gemeu algo inteligível, e levantei da cama. Eu estava nu, meus peitos balançavam livres, minhas pernas ainda estavam moles. Estava apertadíssimo e fui ao banheiro me aliviar. Ao me limpar notei que minha vagina estava toda melada, aquilo me incomodou e resolvi tomar uma ducha. Prendi o cabelo e coloquei uma toca de plástico que achei por ali. Não queria ter que lavar e secar tudo aquilo. Saindo do chuveiro, olhei para o espelho, para a deliciosa mulher que eu havia virado, os olhos dela brilhavam. A experiência toda estava começando a me enlouquecer, todo aquele prazer feminino, não tinha como negar, havia mexido comigo pra sempre.
De volta ao quarto, o radio relógio sobre o criado mudo me contou que já eram quase meio dia. Meu estômago já resmungava de fome. Foi bem estranho procurar uma calcinha ao invés de uma cueca entre a bagunça de roupas pós sexo e quando a encontrei, ela tinha uma aparência não muito higiênica devido aos líquidos que minha vagina havia liberado. Eu tinha acabado de tomar um banho, fiquei ali olhando a pequena peça de roupa, pensando no que fazer.
"Melhor você pegar uma minha... Gostosa..." Marília disse com um sorriso sacana da cama. Ela também parecia bastante satisfeita e bem humorada.
Eu também sorri. "É, não ta muito bom isso aqui não... Gostosa..." Eu disse também em tom de provocação.
"Preciso confessar que eu não sabia que isso podia ser tão bom..." Ela disse se espreguiçando.
"Bom, muito menos eu... Mas... Má, assim... Você não parecia tão... Tão inexperiente... Você... Você disse que não gostava de fazer mulheres..."
"Realmente, mas fiz umas brincadeiras durante a faculdade..."
"Hmmmm quando eu voltar a ser homem, a gente vai ter que voltar a conversar sobre isso..." Eu disse, dessa vez o sorriso sacana estava em meu rosto, quer dizer, no de Silvia. Ela me jogou o travesseiro.
"Sua vadia..." Ela riu e se levantou da cama e se aproximou. Olhar ela de baixo ainda era bem estranho. Ela me deu um beijo suave nos lábios, eu tive que ficar nas pontas dos pés. "Te amo. A noite foi incrível..."
Eu olhei para cima, para os olhos dela. "Também te amo, não vejo a hora de tudo voltar ao normal."
"Eu também, mas olha, sinceramente, depois de ontem, eu viro lésbica por você, viu?"
Eu a apenas a olhei cheio de censura.
Almoçamos os quatro juntos e o clima estava muito melhor. Parecia que Marcos e Silvia também tinha se entendido melhor. Eu só rezava para que eles não tivessem feito o mesmo que a gente, imaginar meu corpo com Marcos era de embrulhar o estômago.
Claro que eu ainda tinha que fingir ser a mulher de outro cara, mas eu havia voltado a trocar olhares de cumplicidade e até sensuais com Marília.
Voltei para o quarto de Silvia com Marcos, tínhamos tido uma excelente noite, mas não tinha como trocar de quarto definitivamente.
Assim que entramos ele perguntou. "E aí, como foi com a Marília? Se entenderam bem?"
Sorrindo internamente, mas nem perto de pensar em admitir pra ele o que fizemos, apenas disse. "Sim, preferi perdoá-la, tudo isso é uma grande loucura e daqui a pouco vamos nos separar, não quero ficar longe dela com aquele clima."
"É, decidimos pelo mesmo caminho." Marcos disse enquanto pegava roupas em sua mala. Havíamos decidido voltar para os passeios em excursão que havíamos comprado. O do dia era uma caminhada para uma praia mais deserta. Apesar de ter que sair de biquíni mais uma vez, eu estava bem humorado.
Coloquei um biquíni amarelo, uma regata de tecido bem fino azul clara com um grande coração branco no centro, as roupas de Sílvia eram muito femininas, mas daquela vez, encarei até vestir uma mini saia branca, achei que seria mais confortável para fazer uma caminhada naquele calor com ela do que com algum dos shorts jeans justos dela. Já que eu tinha que me submeter aquilo, que fosse do jeito mais confortável.
Encontramos as outras pessoas da excursão no hall de entrada do hotel. Conversamos qualquer coisa com outros casais de turistas e apesar de não ter sido nada demais, percebi que teria que passar aquele tempo todo fingindo ser Silvia, fingindo ser mulher, fingindo ser a esposa de um cara.
Logo no inicio da caminhada troquei de par, ficamos um pouco para trás, eu e Marília, enquanto os dois 'homens' iam um pouco mais na frente.
"Você ta linda hoje... Hmmmm... Tá gostosa..." Foi a primeira frase que minha esposa disse baixinho e com um sorriso sexy no rosto quando ficamos um pouco mais separados do grupo. Eu fiquei um pouco envergonhado, não estava muito acostumado com aquela inversão de papéis, não sabia o que estava dando em Marília, ela estava agindo como um garoto adolescente ousado e eu, bem eu também estava parecendo uma garota adolescente tímida.
Infelizmente nosso papo mais intimo e secreto durou pouco. Duas outras esposas se juntaram a nós.
"Ai... Eu também não tenho esse pique todo não... Podemos andar aqui mais lentinhas com vocês?" Uma mulher rechonchuda morena de grande sorriso, de quarenta e poucos anos, disse de um jeito bem simpático, ela estava acompanhada por uma outra, mais alta que Marília, também na casa dos quarenta, mas com o corpo em dia e bastante malhado que disse. "É esses homens tem muita pressa para chegar, vamos montar nossa liga feminina..." ela riu.
"Claro!" Marília disse também simpaticamente e mergulhando na farsa completou. "Deixa os apressadinhos irem, a gente vai fofocando e curtindo essa vista maravilhosa!"
Eu apenas sorri, mas me corroía por dentro, agora eu fazia parte da 'liga feminina', da turminha que fofoca, do grupo das esposinhas.
Trocamos apresentações, a mais gordinha se chamava Fátima, era dona de casa. A outra era a Angela e era dona de loja. Durante toda a trilha eu me senti em uma sala de aula na hora do intervalo, as vozes não paravam e cada uma queria falar mais que a outra. Quando eu disse minha idade, ou melhor a idade do corpo de Silvia, tudo ainda piorou. Eu era bem mais nova que todas. Fátima tinha quarenta e seis, Angela quarenta e dois e Marília, trinta e quatro. Silvia ou eu, naquele momento, tinha vinte e seis, eu era apenas dois anos mais velho que uma das filhas de Fátima. Foi o necessário para eu virar a filha de todas elas e passar a ouvir infinitos conselhos sobre qualquer coisa.
Quase no fim da trilha, nossos maridos vieram nos checar. E para alegria aparente de todos, eles também haviam se entrosado. O marido de Fátima, Carlão, era um cinqüentão corpulento, careca, de bigode e cheio de gracinha, dono de uma fabrica de peças de carro. O de Ângela, Fausto, era um homem de cabelos brancos, bem alto e distinto, um publicitário famoso.
Eu me sentia tremendamente deslocado, muito mais do que Silvia, que fazia piadas e encantava os outros homens com sua jovialidade, minha jovialidade, já que entre os machos, meu corpo também era o mais novo, com trinta e cinco anos, seguido por Marcos com trinta e nove. Passei o tempo todo quieto, quase em choque, apenas sorrindo para não parecer tão estranho.
Na praia, sentamos na mesa de um quiosque, meu lugar foi ao lado do meu marido e longe da minha esposa. Acabei ficando em frente a Angela e enquanto Marcos e Fausto conversavam sobre papos de homem, eu tinha que ficar ouvindo coisas sobre roupas, maquiagens e perfumes, já que esses eram os assuntos preferidos, ou talvez únicos assuntos, de Angela. Eu fiquei com medo de me entregar e até me esforçava para falar algo sobre o assunto, mesmo com o meu reduzido conhecimento sobre ele. O medo fora desnecessário, Angela falava tanto que nem me dava espaço. Tive também que acompanhá-la bebendo uma batida de frutas vermelhas que ela dizia ser imperdível. Eu jogava aquele monte açúcar na boca, enquanto os homens podiam desfrutar a dádiva de uma cerveja gelada.
A separação de gêneros não demorou muito para acontecer de novo. Quando dei por mim, eu estava de biquíni prestes a deitar em uma toalha para tomar sol.
"Querida, acabei de morrer de inveja agora!" Angela disse me olhando com as mãos no peito. Eu apenas arregalei os olhos. "Que corpo é esse, você é uma deusa, uma ninfa! Eu daria tudo para ter um corpão desse!"
E eu tudo e mais um pouco para não ter. Era o que eu queria responder, mas apenas disse sem graça. "Ah magina... Você também tem um corpão..." Marília acompanhava tudo de perto, me olhando de um jeito safado. Ela realmente se divertia com aquilo.
"Por falar em inveja da Silvinha... E aquele maridão George Clooney que ela tem? E ainda por cima médico! Fazia tempo que eu não via tanto charme e beleza em um homem só!" Fátima disse para o deleite risonho de todas. "Você pescou um peixão hein?"
"Bom, isca ela tem de sobra né amigas?" Angela completou deixando claro que falava dos meus grandes seios e elas gargalharam de novo, inclusive Marília. Eu não sabia o que falar ou fazer, apenas sorri envergonhado.
"Não precisa se envergonhar não, querida..." Angela disse piscando pra mim.
Fátima continuou. "Ah mas não da pra não falar do garotão da Marília. Outro pedaço de mau caminho, tão alegre e gentil! Nem nos tempos áureos o Carlão era assim. Que coooorpo másculo!"
"O corpo não é nada. O Lucas é incrível de qualquer jeito... com qualquer corpo." Marília disse olhando pra mim. As outras duas soltaram um suspiro zombeteiro de amor enquanto eu sorria satisfeito e  encantado pelas palavras dela. "Mas tirem os olhos, que ele é meu!" ela continuou retornando a brincadeira. Eu senti um misto de orgulho e inveja, eu precisava voltar a ser eu mesmo logo.
Também elogiamos os maridos delas. Fausto pela elegância e Carlão pelo humor. Passamos mais de hora ali fritando no sol e falando sobre nada. Os homens só passavam pela gente para mergulhar no mar, mas vieram perto do fim da tarde, meio bêbados, para nos buscar. O tal do Carlão me deixou terrivelmente sem graça, pois não conseguia parar de me secar.
Marcos, me puxou pela mão para me levantar e me ajudou a recolher as coisas enquanto eu me vestia. "Desculpa te deixar sozinho nessa, não tive escolha..." Ele disse baixinho.
"Cara, isso foi intenso, nunca ouvi tanta coisa inútil em tão pouco tempo..." Ele riu e nós começamos a caminhar de volta. Meu antigo corpo estava bem bêbado e não parava de fazer gracinhas, mexer e bulinar Marília. Ela me olhava meio desesperada, querendo dizer com os olhos que não partilhava daquilo.
"É, ele... Ela bebeu bem..." Marcos disse também percebendo toda movimentação. Então, ele chamou pelo meu antigo nome e eles foram para perto da água.
Marília se aproximou de mim. "Eu... Eu..."
Eu via a aflição no rosto dela. "Eu sei... Não é culpa sua." Ela ficou toda aliviada.
"Foi muito difícil? Esse dia entre as mulheres?" Eu balancei a cabeça positivamente, concordando enfaticamente.
"Nem todas são assim, pra mim também foi meio chato. Mas tinha que ser simpática né?"
"Por isso eu falei pra gente não vir com excursão. Tem que ficar aguentando pessoas..." Disse meio resmungando.
"Você fica linda resmungando, sabia?" Ela disse tirando o sarro e eu chutei um pouco de areia nela. Marília sempre gostou de coisas diferentes, novidades. Definitivamente, ela estava gostando de fazer um papel quase mais masculino na nossa relação. Aquilo era confuso pra mim, mas não totalmente ruim.
Perto da água, a conversa parecia meio tensa. Como se Marcos estivesse dando um puxão de orelha em mim. Marcos era realmente um cara respeitável, era o único dos quatro que não estava bêbado e nem passando vergonha. Ainda por cima estava lá, resolvendo tudo.
Os outros dois casais já tinham andado bastante na nossa frente e a trilha de volta acabou unindo nós quatro de novo. Silvia se desculpava com a minha voz embriagada e não deu para não rir quando meu corpo a atacou com um ataque de soluço. Chegamos leves e sorrindo no hotel, mas não conseguimos escapar do convite para jantar com nossos novos amigos.
Eram quase sete da noite quando entrei no quarto com Marcos, minhas pernas doíam e eu estava cansado.
"Vou tomar banho e tirar um cochilo..." Disse a ele meio bocejando.
"Tudo bem, eu vou logo depois de você."
"Ah você sabia que você tem um novo apelido?" Falei provocando.
"Ah é? Qual?" Ele perguntou curioso e sorrindo.
"As dondocas falaram que você é o George Clooney..." Eu falei zombeteiro, ele riu. "Disseram que eu pesquei um peixão cheio de charme." Fiz uma voz exagerada.
"Queria que Silvia também achasse isso..." Ele disse trocando o tom da conversa.
"Ela é meio difícil né cara? Mas ela acha sim..." Ele me olhou com dúvida. "É que ela é muito nova, imatura ainda. Essa maluquice vai acabar e vocês vão se acertar de novo."
"Espero que sim..." 
"Vai por mim..." Eu disse colocando a mão sobre o ombro dele. "Ela tá toda deslumbrada com o meu corpo, mas vai passar." Eu ri. "Tem que passar!"
Ele riu também. "Definitivamente, a boca de Silvia nunca falou palavras tão maduras e coerentes. Tem certeza que não quer ficar aí dentro um pouco mais?"
"Nem brinca... Nem brinca..."
Meu planejamento deu certo, tomei banho, deitei e só acordei com Marcos dizendo que já eram quase nove da noite.
Não tive muitas opções de roupa, a mala estava ficando vazia. Coloquei uma calcinha branca bem pequena e cheia de renda, um sutiã branco e acabei saindo de mini saia de novo, dessa vez uma jeans. Sobre meus peitões, vesti uma camiseta branca justa com uns riscos aleatórios rosas e azuis claro.
Encontramos os dois novos casais no hall do hotel, mas nada de Marília e Silvia. A segregação sexual foi instantânea, homens em um circulo, mulheres no outro. Aqueles eram casais estereótipos demais pro meu gosto, naquele momento fiquei ainda mais feliz com a minha relação com Marília, mas tive que ficar ali com as outras duas, cacarejando com elas.
Fiquei feliz quando avistei Marília chegando ao lado do meu corpo que parecia em frangalhos. Pela primeira vez eu não quis estar ali dentro para sofrer aquela nítida ressaca.
O jantar foi mais do mesmo, falei sobre moda, novela, maquiagem. Mas sempre trocando olhares  de cumplicidade com minha esposa. 
Assim que a conta foi paga e todo mundo já estava combinando de esticar no bar, Marcos falou. "Gente infelizmente temos que nos despedir, amanhã o taxi passa aqui no hotel as oito da manhã pra nos levar ao aeroporto e nem fizemos a mala, não é querida?"
"Pois é, temos mesmo que ir." Eu disse fingindo tristeza, mas aliviado de não ter que passar mais tempo peruando com aquelas duas.
Me despedi de todos com beijos no rosto, mesmo dos homens. Quando abracei Marília, ela me disse baixinho que se livraria logo deles e ia falar comigo. 
No quarto enquanto eu guardava as roupas de Silvia na mala, eu pensava no quanto aquilo seria uma loucura.
"Pior que essa maluquice ta apenas começando..." Eu resmunguei alto. "Eu vou ter mesmo que ser Silvia por uma semana né?"
Marcos me olhou consternado, concordando. "Conta comigo, vou estar do seu lado, vai passar rápido..."
"Tomara..." Eu disse enquanto separava a roupa para viajar, um jeans, uma camisetinha amarela com desenhos brancos, um cardigan rosa e um par de sapatos baixos, meio sapatilhas de ballet, azuis.
Eu já estava pronto para dormir, vestindo um short curto de tecido fino cinza mescla e uma camiseta  larga, quando bateram na porta do quarto. Eram Silvia e Marília. Marcos acabou indo com o meu corpo para o meu ex quarto. Decidimos que seria melhor para todos que os casais, pelo menos ficassem aqueles últimos momentos antes da separação, a sós.
Sentei na cama, Marília sentou ao meu lado. "To muito ansioso, isso vai ser complicado... Eu vou ter que fingir ser ela, viver na casa dela, você sabia que Marcos tem duas filhas e elas vão estar lá?"
Marília apenas concordou com a cabeça. "Como eu vou fazer isso? Eu não sei ser mulher..."
"Você vai conseguir querido, você é inteligente, adaptável. Passou por tudo isso até agora. Falta pouco... E pensa pelo lado positivo, que homem teve essa experiência. Você é o único que vai saber o que é ser mulher de verdade..."
"É... Não posso negar, é uma experiência e tanto..." Disse meio cínico.
Então ela me beijou de surpresa de novo, como se tivesse o dia todo esperando por isso, eu aceitei e deitamos na cama, juntos e nos abraçamos. Nossos seios se tocando, nossas peles lisas e macias se esfregando.
"Eu poderia me acostumar com você assim, sabia?"
"Eu não Marília, nem brinca com isso, não vejo a hora de voltar a ser homem..."
"Vai me dizer que isso não é gostoso..." Ela sorriu e massageou meu seio esquerdo, mandando ondas gostosas de prazer pro meu cérebro.
Eu olhei pra ela com censura, ela aumentou o sorriso e enfiou a mão entre as minhas pernas e começou a me esfregar. "E isso.. É ruim?"
"Marília..." Eu disse repressor, mas com bom humor. Ela não parou e não demorou para meu corpo denunciar meu prazer umidificando minha vagina e me fazendo respirar mais afoito.

"Acho que aqui ta ficando meio molhado... Acho que ta na hora de tirar..." Eu pensei em resistir, mas na verdade, estava realmente bom e as memórias da noite anterior imploravam para que eu deixasse aquilo rolar. Além do mais, era ela minha mulher, talvez aquilo não fosse tão errado assim.
Ela me colocou de costas na cama e arrancou meu short, junto com a minha calcinha. E lá estava eu de novo, de perna aberta, expondo minha vagina para minha esposa. Ela começou a me chupar de novo, eu já gemia de outro mundo, quando, de repente, algo diferente aconteceu, senti algo entrando em mim, ela enfiou um dedo dentro da minha vagina enquanto me chupava. Eu passei a gemer alto, mesmo um tanto envergonhado. Ela sorria.
Ela enfiou dois dedos em mim e eu não tinha mais orgulho masculino nenhum, eu mexia os quadris ao encontro da mão dela e gemia gemidinhos femininos. Eu agarrava os lençóis, ela agarrava meus peitos com a outra mão. Não demorou para eu explodir em um orgasmo, ela não parou.
Ficou ali entre minhas pernas até eu quase desmaiar de prazer. Eu mal conseguia me mexer e a única coisa que ainda me envergonhava era que na noite anterior eu senti o desejo de ser penetrado ali entre as pernas. Daquela vez, eu estava sendo penetrado, e habilmente pelos dedos de Marília. Mas meu corpo ainda não parecia totalmente satisfeito. Uma estranha e humilhante vontade de que os dedos dela fossem mais grossos e compridos ainda pairava no ar me enchendo de preocupações.
Ela deitou do meu lado e falou no meu ouvido enquanto mordiscava minha orelha. "Esse é meu presente de tchau, pra você se lembrar de mim toda hora..." 
Eu só consegui sorrir e dizer. "Eu nunca vou esquecer de você..."
Dormi como uma criança e acordei assustado com o relógio, me arrumei pra semana mais estranha da minha vida com Marília me olhando. Não demorou para Silvia e Marcos chegarem no quarto e nossa hora de ir finalmente chegar.
"Bom, cuida bem do meu corpo..." Silvia disse na despedida.
"Você também, vê se não apronta mais nada." Eu disse seriamente, não adiantava, Silvia ainda era uma pessoa que me incomodava, não gostava do jeito dela antes e muito menos agora, dentro do meu corpo.
"Pode deixar... Desculpa por tudo..."
"Tudo bem..." Eu disse, mas quando ela tentou me abraçar, eu olhei mau humorado e deixei claro que não queria aquilo.
Em compensação fiquei uns bons minutos abraçado com Marília, mesmo com nossos seios se tocando. Definitivamente aquela barreira havia sido rompida.
Marcos carregou a mala dele e a minha rosa maior. Levei apenas minha bolsa e uma segunda mala, também rosa. Chegamos rápido ao aeroporto e também não demorou tanto para entrarmos no avião.
Pela primeira vez, algo de bom, na verdade algo de bom além das noites lésbicas com Marília, se revelou pra mim por estar no corpo de Silvia, a poltrona do avião pareceu extremamente mais confortável, meus joelhos não batiam na cadeira da frente. Eu tinha um pouco de espaço pelo menos.
Marcos ainda me deixou sentar na janela e eu fiquei ali pensando em tudo. Um grande receio crescia em minha mente. Claro que as noites com Marília tinham realmente sido ótimas, mas o jeito que eu agi, o jeito que ela agiu. Eu parecia ficar mais feminino, eu parecia começar a gostar perigosamente mais de tudo aquilo. Pior, por mais que eu tentasse esconder, eu sentia uma imensa curiosidade de ir mais fundo naquilo tudo, de experimentar mais, de sentir outras coisas ali entre minhas pernas, coisas que aí sim eu não me permitia admitir. Tive que afastar esses pensamentos, pois eu já sentia uma certa lubrificação lá embaixo, realmente esse corpo parecia responder muito bem a estímulos sexuais. Será que isso também estava influenciando meu comportamento? Será que o fato de Silvia ter sido uma prostituta, ajudava agora a me dar esses desejos e vontades? Será que esse corpo venceria durante essa semana e iria me obrigar a fazer coisas que depois pareceriam humilhantes? Será que quando eu voltasse a ser eu mesmo, eu conseguiria esquecer de toda essa experiência feminina?
Eu não tinha resposta pra nada daquilo, mas essas e diversas outras perguntas rodearam minha cabeça durante o vôo. Marcos deve ter percebido meu humor mais introspectivo e simpaticamente não interferiu, respeitando meu silencio. Apenas me avisou do serviço de bordo e durante a refeição conversamos sobre coisas aleatórias. Tivemos inclusive que suportar a senhora que estava sentada na poltrona do corredor se metendo na nossa conversa. Trocamos olhares secretos que censuravam a senhora, mas agradecemos em uníssono quando ela disse que formávamos um belo casal.
Sem dormir quase nada e tendo minha cabeça servindo de jaula para todos aqueles pensamentos. Cheguei em São Paulo, extremamente cansado e não muito pronto para encarar a cidade que sempre morei dentro de um novo corpo, sendo de outro sexo.

UMA PROFUNDA TROCA DE CASAIS CAP. 06



E lá estava eu, pronto para finalmente acabar com aquilo. Eu tinha colocado um shortinho jeans, uma camisetinha vermelha e as sandálias de sempre. Completamente irritado, mas sem querer correr riscos desnecessários com a loucura de Silvia. Sequei meu cabelo o melhor que pude, aproveitei o tempo que não conseguia dormir pra fazer isso, e precisou ainda mais, foi um trabalho e tanto, fiquei bem em dúvida do resultado, mas Marcos falou que estava ok. Também passei batom nos lábios, o de cor mais clara que tinha, um vermelho alaranjado. Não era nem um vermelhão forte e nem um rosa choque, mas ainda assim estava lá, eu podia senti-lo ali e muitas vezes até saboreá-lo. Eu esperava que Silvia ficasse satisfeita, eu não sabia passar as outras coisas e faria um serviço bem pior do que ir sem nada.

Enquanto eu fazia tudo aquilo, não acreditava que estava fazendo para deixar satisfeita a desgraçada que havia transado com a minha mulher. Eu chegava a criar lágrimas de raiva nos olhos quando pensava nisso. Eu me embonequei todo sentindo minha masculinidade ir pro fundo do poço.
Encontramos as duas no saguão do hotel, ao olhar para Marília, o batom ficou ainda mais evidente. se aproximou com os olhos cheio de água.

“Lucas, desculpa, por favor...” Ela me abraçou, ela era um bom tanto maior que eu, senti nossos seios se tocando. Era muito desconfortável, eu tentava me desvencilhar do abraço, mas ela insistia. “Eu já sei, eu já sei eu aprendi, um corpo não é nada... você é o meu homem...” Ela dizia.

“Vamos conversar quando tudo isso acabar, por favor...” Eu finalizei o abraço e a conversa.

Silvia e Marcos mal se olhavam e dessa vez meu antigo rosto não estava sorridente e minha antiga voz não dominava o ambiente, mas ainda assim eu queria meter a mão nela. Foi só quando estávamos a caminho do taxi que ela disse. “Obrigada pelo esforço... o cabelo e o batom... foi uma gentileza sua...” O tom dela era baixo e completamente envergonhado, ela parecia pedir desculpas a cada palavra. Eu nem respondi, só entrei no carro. Mas preferi bem mais esse jeito mais resignado dela.

Apesar de nada demais ter acontecido, a viagem de taxi pareceu a maior viagem da minha vida. Seios balançando, silêncios constrangedores.

Chegamos na feirinha e finalmente encontramos a barraquinha e a mulher que havia vendido a maldita estatueta pra Silvia. Foi ela quem se aproximou primeiro e disse: “Você! Achei você!” a mulher olhou para o meu corpo estranhamente. “Você me vendeu essa estatueta, quer dizer, vendeu essa estatueta pra ela...” Silvia apontou pra mim, mostrando o artefato para a vendedora. Uma senhora baixa e rechochunda.

“Ah meu rapaz, era uma estatueta da minha loja sim... Por que? você quer trocar? não gostou? Temo várias outras coisa por aqui, cliente meu num fica sem gosta das coisa não!...” A mulher desatou a falar sem parar e mostrar outros objetos.

“Não! Não! A gente quer saber como desfaz!” Minha voz masculina gritou.

A mulher franziu a testa de um jeito questionador. “Desfazer? O que? A compra? Ah já disse não tem pobrema, tudo bem, a gente troca...”

Eu me aproximei da barraca. “Não, a senhora não está entendendo... A estatueta, é mágica, certo? Então, como desfaz a magia?”

“Mágica?” A mulher desatou a rir. “Não, não, é só enfeite mesmo, quem fala que é mágica é aquele doido do Seu Zé Miranda... mas não é não... imagina só...” ela garalhou. “Eu vendendo coisa mágica...”

Nos olhamos com certo desespero nos olhos. Um frio subiu pela minha espinha toda. A mulher nos encarou estranhamente de novo. “Isso é uma pegadinha da TV?”

“Não minha senhora, essa maldita estatueta aí... ela... ela é mágica, ela trocou a gente de corpo... Droga... eu sou ele e ela e eu... quer dizer, eu tinha aquele corpo ali e agora tenho esse!” Eu disse desesperado na minha aguda voz. A velha desatou a gargalhar de novo.

“Isso é coisa do Seu Zé Miranda né? Ele quer mesmo que eu acredite que as coisa dele são mágica...”

“Quem é esse Zé Miranda? A estatueta é dele?” Marília perguntou.

“É... é ele quem me passa esses produto tudo... Não é dele não? A piada?”

“Não é nenhuma piada, minha senhora, a gente precisa então falar com esse cara agora!” Eu quase berrei.

Ela nos olhou inquisitiva de novo. “Então você era esse homem aqui e agora é essa mulé? É isso? Isso é verdade!”

“É, é verdade...” Eu disso meio sem graça. Ela nos olhou mais espantada agora.

“Eita! Você é ela e ele é ele? É isso memo é?”

“É, É!” Marcos se apressou. “Como a gente encontra esse Zé Miranda...”

“Ah peraí que eu ligo pra ele...” A senhora tirou o celular do bolso do jeans surrado, mas antes de ligar disse. “Minha nossa, você viro homi e você muié é?”

Nos olhamos pra ela com censura. “Calma, calma, já to ligando.”

Ela se virou e começou a falar no telefone com o português mais rápido e cheio de sotaque que eu havia ouvido. Mal entendia o que ela falava. A ligação durou alguns minutos até ela desligar e nos contar o veredito. Eu estava suando de ansiedade.

“Então minha gente, o negócio é o seguinte, essa é uma tal de estátua do entendimento. Ela servia pros casais lá num sei de onde se entendê melhor. Um virava o outro pra num dá mais briga...”

“Tá, mas e como volta?” Eu perguntei quase desmaiando.

“Ah... dura só uma semana, depois é tocar na estátua os dois junto de novo e pronto... tudo volta ao normal.”

Um grande alivio me percorreu. Eu ainda teria mais dias como mulher, mas pelo menos não seria pra sempre.

“Jura? É só isso?” Marília perguntou.

“É sim, minha filha, o seu Zé Miranda é doido, mas não mente não...”

“Uma semana e a gente toca de novo na estátua e pronto, eu volto ao normal?” Silvia perguntou com um grande sorriso.

A velha apenas balançou a cabeça sorrindo. “Vocês não vai querer trocar mais o produto então não né?”

“Não!” Dissemos em uníssono, nos despedimos da senhora e fomos embora numa atmosfera bem mais leve e cheia de alívios.

Marília sorriu pra mim e eu até engoli o orgulho e sorri de volta.

"Pronto, essa maluquice já vai acabar e tudo vai voltar ao normal." Ela disse feliz.

“Gente ainda tem um problema...” Marcos disse.

“O que?” Eu perguntei afobado.

“Hoje é sexta feira, nossa passagem é pra domingo, apenas na quarta é que vai dar uma semana. Nós não estaremos mais juntos...”

“Putz! Pior que isso, a gente daqui não volta pra São Paulo ainda vai pra Fortaleza e só volta na outra sexta!” Eu disse um pouco mais desanimado.

“Eu já trabalho na segunda e você, quer dizer, Silvia também tem compromissos."

De volta ao hotel passamos o resto da manhã tentando mudar as passagens, mas devido a incrível burocracia das companhias aéreas, foi impossível, a não ser que gastássemos rios de dinheiro. Não teve jeito, tive que engolir mais uma derrota, eu substituiria Silvia na sua vida normal enquanto ela passaria minhas ferias com a minha mulher. Isso sem contar os dois dias a mais que teria que passar dentro de um corpo fêmea, desnecessariamente.

Aquilo me deixou bem irritado novamente e eu voltei a ser frio com Marília.

O almoço no hotel foi silencioso. Eu olhava para o meu antigo rosto indignado. Aquela farsante passaria as minhas ferias, gastaria meu dinheiro e, droga, muito provavelmente comeria minha mulher de novo, com o meu próprio pinto. Eu me encontrava num pesadelo muito real cujo o tema principal era o ápice da inveja do pênis.

Resolvi voltar diretamente pro quarto, apesar de Marília ter tentado sem sucesso conversar comigo de novo. Marcos também foi.

"Cara, você vai ter que me ensinar um pouco da vida de vocês, eu vou ter que fingir ser Silvia por uma semana, o que você faz eu sei, a gente conversou, mas e ela? E Silvia? O que faz? O que eu vou ter que fazer?" Perguntei me sentando na cama.

"Então, a Silvia fica a maior parte do tempo em casa..." ele parou, respirou fundo. "Bom, acho melhor você saber de tudo logo..." aquela frase me deixou extremamente ansioso, será que ainda daria pra piorar.

"A gente não costuma sair por aí contando nossa história, você vai entender... A Silvia, bom a Silvia trabalhava na noite, ela era... Ela era garota de programa..."

Aquilo me surpreendeu, mas nem tanto. Marcos era realmente um cara distinto, mais velho que eu, elegante e educado, nunca imaginaria ele casado com uma ex garota de programa, agora quando virei meus pensamentos para Silvia, bem, ela era bem mais nova que ele, tinha aquele jeito de se vestir, de falar, toda aquela vulgaridade, na verdade, não sei nem como não desconfiei antes.

"Entendo... Por isso ela fica em casa agora..."

"Mais ou menos, ela dá... Bem... Ela dá aulas alguns dias a noite..."

"Hmmmm pelo seu jeito de falar não devem ser aulas de literatura ou matemática, certo?"

Ele sorriu. "É... Ela dá aulas de sedução para donas de casa."

"Sedução?"

"É, ela ajuda essas mulheres a, não sei, reativar os maridos. São donas de casa tímidas, senhoras... Ela ensina como apimentar a relação, a fazer strip tease, essas coisas..."

"Cara, eu espero que não seja esse compromisso que você quer que eu atenda como Silvia." Perguntei sinceramente preocupado.

"Não, não..." mais risos dele. "É que eu tenho duas filhas do antigo casamento e elas vão ficar  comigo, bem com a gente essa semana, e Silvia acaba cuidando delas enquanto eu trabalho..."

Eu olhei pra ele assustado. "Não to falando que preferia ensinar senhoras a fazer strip tease, mas cara, eu não sei nada sobre crianças...."

"Então não vai mudar nada... " Ele riu de novo. "A verdadeira Silvia também não sabe de nada... Não se preocupa, a mais nova já tem doze anos e a mais velha quatorze, elas se cuidam sozinhas. É só pra ter um adulto em casa, a empregada tem folga de Terça e quinta..."

"Menos pior..." Eu disse, mas na verdade fiquei bastante incomodado com a situação, eu teria que ser mãe, mesmo que postiça, de duas garotas. Definitivamente, nunca havia me imaginado como uma madrasta.

Ainda conversamos muito, ele me contou como conheceu Silvia num site. Ele tinha acabado de se separar e a primeira prostituta que ele chamou foi ela, disse que tinha se apaixonado desde a foto na internet. Ele a chamou por semanas seguidas e no fim acabou  a tirando daquela vida. Eles estavam juntos a seis anos. 

Era muito melhor ter o Marcos daquele jeito, falante e sorridente, ele até me convenceu a ir para a piscina aproveitar o belo sol que fazia.

Vesti o maior biquíni que achei, não que isso significasse muito, ele continuava sendo extremamente pequeno para o meu gosto. Passei protetor solar em todas aquelas curvas que formavam aquele corpo que eu habitava, prendi o cabelo, me enrolei numa canga, pus os pés nas sandálias já companheiras e fomos. Dessa vez, vergonhosamente, mas confesso que mais prazerosamente, parecíamos um casal feliz.

Fiquei a maior parte do tempo deitado em uma espreguiçadeira jogando conversa fora com Marcos. De vez em quando dava um mergulho para me refrescar, mas o fato de estar usando biquini e ter aqueles dois peitões balançando ou boiando nunca me deixava cem por cento confortável.

Não vi nem sinal do outro “casal” e aquilo me deixou com a pulga atrás da orelha, só conseguia imaginar elas transando a tarde inteira.

De volta para o quarto, tomei um banho e até sequei o cabelo, realmente era melhor daquele jeito. Coloquei uma das pequenas calcinhas de Silvia, uma azul bebê e um sutiã branco. Queria colocar algo próximo de um pijama para deitar na cama e ver um pouco de TV, mas só encontrei camisolas. Não tava pronto pra aquilo, coloquei então um short jeans e uma camiseta básica roxa.

Marcos estava tomando banho e eu acabei pegando no sono. Foi ele quem me acordou de novo, falando que estava com fome e querendo ir jantar. Meu estômago também já estava resmungando e resolvi ir com ele. Mantive o short jeans, mas troquei de camiseta, não tinha mais muitas escolhas de roupas limpas, então acabei com uma regata rosa com listras brancas fininhas.

Encontramos as garotas no lobby do hotel. O clima ainda era frio, mesmo com as duas garrafas de vinho que acabamos bebendo. Eu estava tão incomodado com a situação que fiquei lá enchendo a cara para não ter que conversar muito e nem percebi o quão bêbado eu já estava quando depois da sobremesa Marília disse. “Você pode vir no banheiro comigo, por favor?”

“Eu já vi esse filme antes...” Disse mau humorado.

Ela ignorou meu comentário com um olhar. “Por favor, eu to te pedindo.”

“Tudo bem, afinal nós garotas sempre vamos juntas ao banheiro, não é mesmo?” Eu disse ajudado pela bebida de um jeito bem sarcástico.

Marcos e meu antigo rosto me olharam preocupados e tudo piorou quando eu tropecei ao levantar e tive que contar com Marília para me apoiar.

Dentro do banheiro toda a sensação horrível voltou, foi exatamente ali e numa situação muito parecida que ela me contou da transa com Silvia. O que ela me contaria de novo? Da tarde de sexo selvagem que elas tiveram?

“Querido, eu não aguento mais isso... Toda essa maluquice está acabando comigo, isso não devia nos separar desse jeito. Eu não quero mais ficar com ele, com ela, seja lá quem for, eu quero ficar com você. Eu amo você... Daqui a poucos dias, você vai ter que ir embora e eu não quero que fiquemos assim. Eu errei... eu sei, mas você também tem que entender que tudo isso mexeu com nossas cabeças... Será que não vale a pena tentar me perdoar?”

Ela falou por minutos sem parar e eu não sei se foi a bebida, o conteúdo do discurso dela, meus novos hormônios femininos ou tudo isso junto que me fez começar a chorar. Mas não era um choro de desespero daquela vez, cada palavra dela me emocionava e eu percebia o quanto ela estava magoada e o tanto que eu gostava dela. Eu a abracei.

“Vale, querida, vale...” Eu disse com meu rosto enterrado no ombro dela.

Ela também tinha lágrimas nos olhos quando levantei meu olhar, mas ela sorria e quase me matou de susto quando repentinamente me beijou, eu senti os lábios dela nos meus, sua língua invadindo minha boca. Eu retribui, era meio estranho, ser mais baixo, sentir os seios dela sobre os meus, mas ainda assim foi ótimo. Só paramos quando a porta do banheiro abriu para uma senhora entrar, nos separamos meio de sopetão e saímos do banheiro aos risinhos.

Antes de sentarmos ela disse. “Não quero nem saber o que vão dizer, essa noite a gente vai ficar junto, quero passar a noite com você.”

E foi assim que aconteceu, nem Marcos, nem Silvia sequer pensaram em reclamar quando Marília disse na mesa o seu veredito. Acho que eles também tinham coisas para resolver.

Cheguei cambaleante no quarto, Marilia abriu a porta e me agarrou para um segundo beijo. Eu não sabia se queria para ou conitnuar, então continuei. Ela foi vagarosamente me empurrando para cama. Quando eu percebi ela estava sobre mim, beijando meu pescoço. A sensação era ótima, mas o que era aquilo?

“Marília... o que...”

“Shhhh” Ela respondeu.

“Mas você, eu... eu não sabia que você... bem que você gostava de...”

“De mulheres? Não gosto... Você é o meu homem, não importa em que corpo esteja. Você é meu homem...”

Aquilo foi a gota de água para eu me deixar levar. Não demorou muito para ela levantar minha regata e atacar meus seios através do sutiã. Ela os beijava e os apertava carinhosamente e eu preciso confessar que gemi algumas vezes. 

Mal percebi quando eu já estava com o torso inteiro nu. Meus peitos ali expostos, meus mamilos estavam duros como pedra e ela os chupava, os lambia. A vergonha estava totalmente encoberta pelo prazer e mesmo meus gemidinhos femininos não me fizeram desistir de tudo.

Ela dominava a situação toda. Beijava meu corpo, minha boca. Ela descia lambendo minha barriga, eu me contorcia. Ela abriu o botão do meu short jeans e o arrancou pelas minhas pernas. Fiquei ali apenas com uma pequenina calcinha azul, sentia uma misto de vergonha, humilhação e muito prazer. Eu não podia negar, nem meu corpo, meus mamilos pareciam botões e minha vagina estava exageradamente úmida. Não tive o que fazer quando Marília enfiou a mão toda ali e sentiu a calcinha molhada. Eu gemi, ela falou. “Acho que você tá gostando...” Ela riu e começou a esfregar a mão entre as minhas pernas. Eu tentei não gemer, mas não consegui.

Ela ficou ali um tempo esfregando minha vagina e lambendo meus seios. Eu estava em outro mundo e só voltei quando ela tirou minha calcinha e abriu minhas pernas. Eu senti o mundo todo entre as pernas, uma vagina, minha vagina, minha xoxota, minha buceta... Ali escancarada para minha mulher, aquilo era muito errado.

“Não...” Eu disse e tentei fechar as pernas, ela segurou com as mãos.
“Eu vou fazer sexo oral no meu marido, só isso, é apenas um boquete...” Ela fez uma cara de safada e, subitamente, eu senti algo macio, ágil e delicioso entre minhas pernas.

Marília assaltou minha vagina com a boca. Ela lambia os lábios, beijava minha virilha, eu me sentia completamente impotente... e extasiado. Ela não parava, chupava, lambia. Estava tão bom ou melhor que um boquete até que ela chegou no ponto, até que ela começou a brincar com o meu clitóris, aí a coisa saiu do controle. Aí preciso dizer que um boquete ficou parecendo uma carícia inocente. Ela sabia o que estava fazendo, ela conhecia aquela anatomia mais do que qualquer homem.

Eu já gemia alto quando gozei, ou melhor, quando explodi, quando fui para o paraíso e voltei. Ela sorriu enquanto tirava a própria roupa e eu apenas flutuava na cama. Ela estava determinada, ela nunca tinha sido assim tão dominante.

Já completamente nua, ela se aproximou de novo, levantou minha perna esquerda e se enfiou entre minhas pernas, a perna esquerda dela sobre a minha cocha direita e subitamente nossas vaginas se tocaram, ela também estava bem molhada. Então ela começou a se esfregar em mim, vagina com vagina. Eu estava colando velcro com a minha esposa e bom... não posso esconder que foi fantástico.

Não demorou muito para eu também começar a mexer o quadril e buscar pelo esfrega-esfrega. O atrito ia nos enlouquecendo, eu sentia a xoxota toda dela na minha. Ela gemia, eu gemia. Eu sei que parecia que ela me comia, mas eu não liguei, eu deixei a sensação tomar conta. Ela segurava minha perna nos ombros e esfregava, esfregava, esfregava...

Então ela se deitou e aí nossas pernas pareciam tesouras entrelaçadas e continuamos nos esfregando. Eu fechei os os olhos e só fiquei mexendo o quadril, sentindo nossas ensopadas vaginas se tocarem. Eu acho que gozei mais umas duas vezes antes de pararmos exaustos.

Eu não conseguia nem me mexer mais. Ela ainda teve forças para vir para o lado certo da cama e me abraçou. Dormimos abraçados, sob um colchão molhado e com sorrisos de êxtase nos rostos.