terça-feira, 10 de julho de 2012

UMA PROFUNDA TROCA DE CASAIS CAP. 02




 Mariana e Sílvia, no meu corpo, se despediram e foram para o meu ex quarto. Eu ainda estava praticamente em choque. Fiquei um bom tempo sentado no sofá. Marcos tinha ido ao banheiro. Eu levei minhas pequenas e delicadas mãos até o meu tórax e segurei meus melões, senti minhas mãos neles, foi uma sensação alienígena, eles eram tão sensíveis, tão grandes. Era tão diferente ter eles ali.

Meus pés pareciam incapazes de segurar meu corpo, eram minúsculos, com pequeninos dedinhos redondos de unhas pintadas de roxo. Escutei a porta do banheiro se abrir e rapidamente tirei as mãos dos seios. Vi Marcos sair de pijama. "Eu durmo aqui no sofá, você pode ficar com a cama." Ele disse friamente. Mal eu havia entrado num corpo feminino e alguém já estava sendo
cavalheiro comigo.

"Não precisa, posso ficar com o sofá." Respondi com a mesma frieza.

"Já estou pegando as coisas... e além disso, bem, você é mulher agora." Engoli seco e preferi nem responder, fui calado para o quarto, fechei a porta e deitei olhando para o teto. Senti ainda mais o novo peso no meu tórax e o incômodo vazio entre minhas pernas.

Comecei a pensar na loucura em que me meti, e seu ficasse daquele jeito pra sempre? Aquele pensamento me aterrorizava e ainda deixava cada minúscula diferença do meu corpo mais nítida. A pele mais suave, mais carne macia em quase todo corpo, uma certa fragilidade me afligia muito, eu era tão pequeno, tão leve, tão macio.

Peguei no sono, mas logo fui acordado pelos meus grandes seios que ali, dividindo a cama comigo, mostravam que eu ainda era Silvia, eu ainda era uma mulher. Pra piorar, uma mulher com a bexiga estourando. Eu precisava ir ao banheiro. Mijar. Sentado.

Dentro do banheiro, ao invés de abaixar minha saia, a levantei, deixando toda a pequena calcinha branca a mostra. Foi a primeira vez que vi entre minhas pernas, nada pendurado ali. A calcinha esta lisa, reta, absolutamente nenhum volume, exceto por um capôzinho bem feminino. Abaixei a lingerie até os joelhos e conheci meu novo órgão sexual.

Um pequenino traço de suaves pelos escuros e uma tatuagem de borboleta estavam pouco acima daquelas camadas macias de carne. Camadas que sempre que eu via me deixavam excitado. Mas naquele momento aqueles lábios vaginais...meus lábios vaginais apenas me assustavam.

Inconformado, parei de olhar para aquilo, me sentei no vaso gelado e relaxei alguns músculos. O líquido saiu sem problema algum do meu novo buraco. Lembrei que as mulheres sempre se limpam, então peguei um pedaço de papel higiênico e passei entre minhas pernas, tentando, ao máximo, ignorar o que meu tato descobria. A maciez, a feminilidade e, principalmente, as novas sensações que eram transmitidas ao meu cérebro.

Me vesti de novo e voltei para o quarto. Continuei com a mesma roupa, não estava nenhum pouco pronto para as camisolas de Silvia. Demorei bem mais para dormir pela segunda vez. Os seios, o cabelo volumoso, a sensação de vazio, a maciez, a fragilidade, tudo estava tão ali. Tão comigo.

Quando a  manhã chegou, para minha desolação total, eu ainda era Sílvia. Acordei novamente mau-humorado, mas quem me dera fosse por ressaca. Marcos já estava no banheiro, me sentei na sala ainda tentando entender meu corpo.

Em pouco tempo ele saiu vestindo bermuda e camiseta. "Você está com a mesma roupa, Silvia nunca faria isso, com certeza as coisas não se resolveram da noite para o dia, certo?" Sem olhar para ele, respondi desanimado. "É, não. Vamos até o meu quarto tentar algo com a maldita estatueta."

Ele concordou, peguei a estatueta e fomos até o quarto onde estavam Sílvia e Melissa. Bati na porta e tomei um baita susto, eu ainda estava longe de me acostumar em ver eu mesmo andando por aí.

“Dormiu bem, gatinha?” Silvia ri o meu sorriso. "Mariana está se aprontando, podem entrar." Eu não conseguia entender como ela conseguia encarar aquilo tudo como se fosse um passeio. Marcos mal conseguia olhar para nenhum de nós dois.

Entrei em silêncio e percebi que o sofá não tinha roupas de cama, nem travesseiros. Ou elas dormiram juntas ou arrumaram tudo rapidamente.

“Você nem trocou de roupa! Credo, você não pode tratar meu corpo desse jeito... não vai me dizer que nem banho você...” Eu a interrompi.

"Silvia, eu só quero acabar logo com isso, depois você faz o que quiser com seu corpo, agora vamos, vem, vamos tentar isso aqui.” Disse mostrando a estatueta.

"A gente não podia fazer isso a noite? Ia ser maaara passar o dia assim." Minha antiga voz respondeu animada e um tanto quanto feminina demais.

"Não!" Marcos e eu respondemos ao mesmo tempo.

Sílvia se aproximou um pouco contrariada. "Tá bom..." Ela disse tocando a estatueta nas minhas mãos. Absolutamente nada aconteceu, eu quase joguei a maldita na parede. Um frio tomou conta da minha espinha.

"Vai ver que tem que passar 24 horas exatas para funcionar. Sei lá... Bom, então, vamos aproveitar o dia!"

“Que aproveitar o dia Silvia! A gente vai é atrás da mulher que te vendeu isso!” Eu gritei indignado com a felicidade dela de estar no meu corpo.

“Eu sei, Eu sei... é só modo de falar gente... credo... quanto mau humor!” Sílvia falou e recebeu um puxão pelo braço. Marcos arrastou meu corpo para fora do quarto enquanto eu me sentava desanimado no sofá com a estatueta idiota no colo e dois melões no peito.

Mariana saiu do banheiro. "Oi... isso é estranho. É você aí ainda né?" ela estava com o biquíni branco que eu adorava.

"Sou e você nem imagina o quão esquisito é.."

"A gente vai achar a mulher, isso vai acabar logo" Ela disse tentando me animar. "E também, quem sabe você não aprende uns segredinhos femininos?"

"E se não acabar?" Perguntei enfezado.

"Vai sim, vamos aproveitar o momento, não é o que você sempre diz? Viver o presente?" Ela disse se aproximando.

"Não há o que aproveitar disso. Eu sou uma mulher. Tenho seios, tenho que mijar sentado!" Disse mais uma vez inconformado com a naturalidade com que ela colocava as coisas.

"Nossa que horror!” Ela replicou cinicamente. “Eu também tenho seios, também tenho que me sentar pra fazer xixi. Nem por isso quero me matar. Você está muito dramático!" Ela diz.

Me acalmei um pouco, afinal não deveria estar descontando nada disso nela. "Bom, isso é verdade, desculpe, ser mulher não é o fim do mundo, é só que eu passei mais de 30 anos da minha vida sendo homem e agora to assim."

Ela se sentou ao meu lado, colocou a mão sobre meu ombro. "Não se preocupe tanto, tudo vai dar certo. E além do mais, vou estar aqui ao seu lado. Sempre.” Foi bom ter o apoio dela, mas ao mesmo tempo estranho, perceber o quão maior ela era naquele momento.

Quando Marcos e Sílvia voltaram, o clima não parecia nada bom. Ele parecia ainda mais irritado e meu antigo rosto parecia apenas demonstrar o tédio que nasce após um sermão chato que não foi muito bem ouvido.

“Silvia, você tem que se trocar, precisamos sair logo ou o mundo vai acabar em chiliques!” Disse minha antiga voz. O jeito feminino do meu novo corpo me causava arrepios.

"Tudo bem, mas nem pense em me dar um biquíni pra vestir... E por favor tente ser mais máscula enquanto estiver no meu corpo!" Reclamei com minha vozinha aguda e chata.

"Claro que você vai! Você vai se vestir como eu me visto, se não, eu juro que saio por aí rebolando que nem louca e até agarro um homem. Tudo isso, é claro, dentro do seu corpo. Agora se você se trocar e se comportar direitinho, prometo colaborar e juro que me esforço para ser o mais macho possível." Sílvia disse sorrindo e no final da frase ainda engrossou mais a voz e fez uma pose de machão.

Lembro de trocar olhares com Marília e apenas receber um olhar de ‘não posso fazer nada’ como resposta.

"Vamos, vamos eu te ajudo a se arrumar" Silvia decretou.

De volta para o quarto 302, vi meu antigo corpo abrindo o armário para pegar uma mala rosa. "Nossa! Como esse corpo é mais forte!" Ela disse encantada. Após fuçar um tanto por ali enquanto eu e Marília assistíamos, ela arrancou um biquíni azul de lá e jogou pra mim. Aquilo parecia minúsculo e eu quase não pude acreditar quando ela disse.

“Toma, veste esse!”

Eu fiquei completamente paralisado até que Marília me surpreendeu novamente com a naturalidade. "Pode tirar a roupa que eu te ajudo."

"Tirar a roupa aqui? assim? na frente de vocês? Pra colocar isso?" Perguntei inconformado e recebi olhares de censura como resposta.

"Ah queridinha! Se esqueceu que esse corpo era meu ontem mesmo? Já cansei de ver o que você tem aí embaixo e Mari sempre foi mulher, logo somos todas garotas por aqui!" Respondeu minha antiga boca.

Mesmo irritado, aceitei os argumentos de Sílvia, mas não sem reclamar pelo menos um pouco. "Tá bom, mas não me chame mais de queridinha e eu não sou uma garota!"

 As duas apenas riram e concordaram com a cabeça apenas para me manter calado. Eu realmente começava a parecer uma mulher dando chiliquinhos.

Comecei a tirar a roupa vagarosamente, cheio de vergonha, eu não queria que Marília me visse daquele jeito, nu, com seios no peito e uma vagina entre as pernas. Mas ela não só me viu, como ajudou a me despir. Me senti uma espécie de boneca nas mãos dela e, pra piorar, ainda tive que suportar o olhar analítico de meu antigo corpo.

"Hmmm estou com umas gordurinhas medonhas ali hein?" Silvia disse e apontou para minha cintura, olhei para baixo e vi uma cintura tremendamente fina, mas realmente distante da forma de uma daquelas ultra definidas de atleta. A que estava embaixo dos meus massivos seios era mais macia com um pouquinho de gordura.

"Imagina, você tem um corpão" Elogiou Marília. Eu continuava quase em choque, me sentindo um objeto, ali pelado, sendo observado e analisado.

Marília me passou a parte de baixo do biquíni. Era horrível ter que olhar para cima para falar com minha esposa, eu era muito mais baixo que ela, minha cabeça mal passava de seus ombros.

Eu acabei achando ótimo vestir aquela peça feminina de roupa, pelo menos ia me proteger de todos aqueles olhares. Pelo menos iria esconder a ausência total da minha masculinidade.

Senti o tecido raspando em minhas coxas, até subir e se encaixar em meu quadril. Inacreditavelmente, aquela coisa minúscula me serviu perfeitamente e cobriu meu novo órgão sexual. Claro que a pouca quantidade de tecido, principalmente atrás, incomodava, mas naquele momento, era bem melhor que nada.

 Ajudado por minha esposa coloquei a parte de cima que tinha uma armação meio dura que aninhou confortavelmente meus seios.

"Pronto, coloca agora esse short e essa blusinha... a sandália está ali." Disse Sílvia me entregando mais roupas.

Não demorou muito para eu estar vestindo um shortinho curto branco e uma camiseta bem justa, amarela, com uma estrela desenhada sobre meus grandes seios. Nos pés calcei uma sandália de dedo, feita de couro com umas florzinhas rosas na tira.

Sílvia ainda preparou uma bolsa de praia laranja com algumas coisas e me deu para carregar. Eu nem discutia mais. Saímos do quarto para encontrar Marcos ainda carrancudo do lado de fora.

Andamos até a recepção do hotel. Eu me sentia tão pequeno, me sentia tão esquisito de shortinho, carregando uma bolsa, era tão diferente. As duas garotas, sendo que uma delas ocupava meu corpo, iam na frente, de mãos dadas e sorrindo. Eu as seguia ao lado do meu emburrado marido, pelo menos, marido do corpo que eu possuía.

Um comentário: