Nunca gostei muito dessas viagens com excursão. Acordar tal hora, entrar no ônibus, parar para comer em tal lugar, voltar. E a liberdade, onde fica? Mas Marília, minha esposa, achou mais prático, e na verdade, também saía mais barato. No fim das contas concordei e fomos.
Estava casado com Marília há dois anos e nos dávamos muito bem ainda. Todos falavam mal de casamento, alguns amigos já haviam até se separado ou viviam uma péssima relação. Mas nós, ou ainda estávamos na fase apaixonada ou nosso casamento realmente tinha tudo pra dar certo.
Marília era linda, negros cabelos bem lisos envolviam um rosto alongado de nariz fino e delicado. Tinha amendoados olhos verdes, uma boca macia de lábios finos, mas perfeitamente desenhados. Era uma mulher alta, quase 1,77m. Apenas 5 cm mais baixa que eu. Corpo de modelo, magro e esguio, mas com belas curvas, nada muito voluptuoso, mas sim delicado, de formas leves e suaves.
A conheci, pois ela trabalhava numa casa de leilões de arte e uma vez acabou indo ao meu ateliê interessada em um dos meus quadros.
Morrendo de sono, escovei meus dentes para ir a mais um dos passeios. Marília bateu na porta me apressando. Joguei uma camiseta no corpo e saímos do quarto.
Na frente do hotel encontramos Sílvia e Marcos, um casal que havíamos conhecido logo no início da viagem. Marcos era cirurgião plástico, um cara legal, engraçado, bom bebedor como eu. Aliás, um dos motivos do meu mau humor era a ressaca da noitada regada a cerveja que tivemos na noite anterior.
Ao contrário de Marcos que tinha gostado logo de cara, sua mulher Sílvia tinha me passado uma impressão um tanto quanto antipática. Exageradamente arrumada, sempre toda maquiada, tinha uma voz irritante e aguda. Cheia de trejeitos exageradamente femininos e afetados. Sem contar o guarda roupa que beirava a vulgaridade. Era uma perua de marca maior.
Sílvia tinha aquele ar de mulher burra, que só se preocupava com a aparência. Não que isso não fosse bom nela, pelo contrário, era uma mulher bonita com um corpo surreal. Volto a dizer, não caía em meu gosto, mas aposto que era o sonho molhado de muito marmanjo. Tinha longos e volumosos cabelos exageradamente loiros em volta de um rosto redondo de grandes olhos verdes. Seu pequeno nariz era bem arrebitado e tinha uma enorme boca carnuda. Não tinha dúvidas que praticamente tudo ali tinha o dedo cirurgião do marido. Do minúsculo nariz até a enorme boca cheia de botox. Ela era bem mais baixa que Marília e com o corpo extremamente mais voluptuoso. Seios grandes e fartos, cintura fina, quadril largo, bunda grande e coxas grossas. Marcos a havia esculpido cheia de curvas. Sílvia transpirava sensualidade. Decotes muito grandes, jeito muito afetado, voz enjoada. Mas sabe-se lá por que Marília adorou Sílvia e elas pareciam melhores amigas desde quando se conheceram.
Fomos conhecer umas ruínas em uma praia, depois mergulhamos em uma gruta e terminamos comendo camarão em um bom restaurante. Foi um passeio bem bonito e divertido. Nos demos muito bem com Sílvia e Marcos e decidimos jantar juntos naquela noite também.
Após banho, uma boa agarração com Marília e um bom cochilo, fomos para o saguão do hotel. Eu estava de bermuda, camiseta e tênis. Marília com um belo vestido florido azul claro.
Jantamos em um bom restaurante, bebemos vinho e fomos para o quarto deles, pois Sílvia queria mostrar uma estatueta que ela tinha comprado numa feirinha que havíamos passado naquela tarde.
O hotel que ficamos era 5 estrelas, um baita hotel. Os quartos tinham até uma salinha antes da suíte e era na salinha do quarto 302, o de Sílvia e Marcos, que estávamos, quando ela veio do quarto com aquilo na mão. Era uma estátua com aparência bem velha de um ser de quatro braços. Achei a escultura bonita, sou pintor, mas entendo um pouco de outras artes também, pedi para Sílvia me passar o artefato. Me levantei para pegar e quando minha mão tocou a peça, senti um tremendo choque, primeiro parecia me puxar, mas depois me repeliu e antes mesmo que eu batesse no chão, apaguei.
Acordei em uma cama, bem fofa, a do hotel. Mas algo estava bem diferente. Abri os olhos para ver Marcos entrando no quarto assustado, se aproximando. "Acordou? Está tudo bem. O médico já está vindo, querida..." Querida? O que esse maluco está falando? Pensei.
Pisquei os olhos algumas vezes, mexi a cabeça e algo estranhíssimo aconteceu, longos cabelos se mexeram. Me sentei na cama apavorado. E tudo piorou ainda mais, pois duas coisas balançaram estranhamente no meu peito. Olhei pra baixo e vi o top de Sílvia, o decote de Sílvia, os grandes seios de Sílvia, num ângulo completamente diferente, eles estavam ali grudados no meu corpo. "O que acontec...ham ham o que aconteceu?" Perguntei em voz alta, a voz... a aguda voz de Sílvia.
"Você e o Lucas tomaram uma espécie de choque eu acho." Marcos respondeu e se sentou na cama, passando a mão na minha cabeça. "Tá tudo bem? Você parece assustada?" Eu achei que estava enlouquecendo, os peitos, o cabelo, os substantivos femininos e o fato dele falar de mim na terceira pessoa. Ele falava comigo como se eu fosse... como seu eu fosse a Silvia.
"Peraí cara.. eu... eu não sou a Sílvia eu... eu... “
“Como assim querida?”
“Eu sou o Lucas... Puta que o pariu! O que aconteceu?” Eu levantei da cama aterrorizado, meus peitos balançavam, meus cabelos me cegavam.
Marcos me olhava da cama preocupado. “O que você tá dizendo, querida?”
“Para de me chamar de querida, porra! Eu não sou tua mulher!” Eu estava em pânico.
Então, Marília entra no quarto perguntando preocupada. "Ela acordou? Então acho que não foi nada tão sério.Tá tudo bem Sílvia?"
Marcos respondeu antes que eu dissesse algo. "Ela acordou, mas tá dizendo que não é Silvia, que é o seu marido."
Marília me olhou desconfiada, enquanto eu olhava pra baixo, pro meu corpo, pros meus seios, estendi minhas mãos pra frente, eram pequenas com unhas pintadas de roxo. “Se isso for uma brincadeira de vocês, vocês vão ver, eu fiquei preocupadíssima.”
“Não é nenhuma brincadeira! Cadê meu corpo? Que piada é essa?” O desespero me consumia.
Então um grave grito nos alcançou, uma voz familiar. Minha antiga voz.
Minha esposa saiu rapidamente do quarto em direção a salinha gritando. "Lucas! Lucas"
Lembro da minha voz meio tremida também gritando. "O que aconteceu comigo? Cadê meu corpo? Eu não sou eu!!"
Marcos e Marília trocaram olhares preocupados.
Foi quando eu lembrei. A estatueta! "A estatueta! Foi a estatueta, aquela merda trocou nossos corpos! Isso só pode ser um sonho...” Como era esquisito ouvir as palavras que eu falo soando tão agudas.
Saí do quarto sentindo meus melões balançarem. Tudo parecia tão enorme, eu era tão mais baixo.
"Cadê a estatueta? Cadê aquela porra?" Minha pergunta foi respondida pela minha visão que a viu na mesa da salinha. Eu a peguei e fui até ao sofá para tomar um enorme susto. Me deparei comigo mesmo pela primeira vez. Vi meu próprio rosto me olhando assustado e confuso. Nos encaramos por alguns segundos.
“Isso é um pesadelo, diz que é um pesadelo...” Minha própria voz murmurou.
Ofereci a estatueta para mim mesmo. "Segure! Toque ela, como fizemos da outra vez." Ela, no meu corpo, hesitou um pouco, mas logo segurou o artefato também. Nada aconteceu. Um enorme desânimo misturado com desespero quase me fez desmaiar de novo.
Marcos apareceu atrás de mim. "Que loucura é essa?"
Respirei fundo, sentindo bem a presença dos meus seios. Então, um tanto mais calmo, falei. “Algo aconteceu Marcos, eu não sou sua mulher, eu sou Lucas, algo nos trocou de corpo, eu achei que era essa estatueta. Achei que bastava tocá-la juntos de novo... mas.... mas não funcionou."
"Isso é loucura! Uma palhaçada!" Ele se exaltou um pouco.
Então minha ex voz disse. "É verdade querido, eu sou Sílvia... Meu Deus que coisa absurda!"
"Não me chame de querido, isso é horrível."
Marília, mais calma, falou, olhando para nós como se estivesse investigando. "Se isso for verdade mesmo, talvez a estatueta esteja apenas
descarregada, já vi isso em filme... ok, é ridículo... aliás... isso é verdade mesmo? Vocês não tão de sacanagem?"
Eu me aproximei de Marília. Ela era bem mais alta, eu tive que olhar para cima para encará-la toda confusa. “Isso não é sacanagem...” Então contei um monte de partes íntimas da nossa vida e fui vendo a cara dela mudar de um meio sorriso para espanto total.
Silvia, seguiu minha ideia e fez o mesmo com Marcos que apenas ficou mais sisudo, repetindo como tudo era ridículo.
Finalmente eles pareciam convencidos da nossa troca. Mas isso de maneira alguma melhorava a situação.
Eu estava sentado numa cadeira em frente ao meu próprio corpo sentado no sofá. Tinha enormes seios pendurados no meu peito, estava de top rosa e mini saia. Meus cabelos eram longos e minha voz terrivelmente aguda. Numa cadeira a minha esquerda estava uma cara que era marido do corpo que agora eu habitava.
Todos estavam preocupados e assustados. “Tem que ser isso...” Eu disse. “Ela está descarregada, amanhã, ela recarrega e tudo isso acaba.”
“E se não for isso?” Marcos disse ainda de cara fechada.
“Bom... aí a gente volta na feirinha e procura a barraca onde Silvia comprou isso... quem sabe quem vendeu não sabe como desfazer? Você se lembraria da barraca?” Eu perguntei para o meu antigo corpo.
Silvia estava totalmente absorta olhando para baixo, para o tórax, para as mãos. Minhas mãos! Ela parecia meio maravilhada até e respondeu meio distraída. “Acho que lembro sim...” E continuou investigando o novo corpo, o meu corpo. O corpo que eu queria de volta.
"Sabe? Isso também não é algo tão trágico assim, pode ser até
divertido, posso saber como é ser homem. Me sinto tão forte... tão poderoso.” Meu antigo corpo gargalha de um jeito bem feminino. “Amanhã ou depois a estatueta recarrega e voltamos ao normal!"
Eu estava chocado e fiquei ainda mais quando Marília completou.
"Verdade! Meu maridão também pode aprender
algumas lições na sua pele. A primeira pode ser como se sentar. Fecha as pernas que tá todo mundo vendo sua calcinha!" O casal que antes eu fazia parte caía em risos enquanto eu juntava meus novos joelhos e colocava minhas mãos de unhas roxas sobre as coxas envergonhado e boquiaberto.
"Vocês são malucas! E se não funcionar e se a estatueta não funcionar de novo?" Um frio extremamente incômodo subiu pela minha espinha. Eu não queria passar o resto da minha vida como uma perua peituda.
"Ah vocês homens são muito pessimistas, ops, quer dizer nós homens somos muito pessimistas." Meu antigo corpo disse e riu junto com minha
esposa.
Eu não acreditava como elas podiam estar se divertindo com aquilo tudo. Marcos também não se animava nem um pouco.
"O que faremos agora?" Minha aguda voz perguntou.
"Eu acho que devemos dormir, acordamos bem cedo para tentar solucionar isso, talvez tenhamos que voltar lá pra feirinha e não sei quanto a vocês, mas eu já tive um dia bem cheio hoje" Marília respondeu.
"Tem razão amiga! Mas eu bem que queria testar mais esse corpo.” Silvia disse enquanto flexionava meus braços. Era horroroso ver meu corpo agindo de um jeito tão feminino.
Me levantei concordando que uma boa noite de sono podia me fazer bem e eu tinha uma esperança de acordar normal. "Tá bom, então vamos,
amanhã, assim que acordarmos tentamos a estatueta de novo." Disse me dirigindo a saída do quarto.
"Ei! Seu quarto é aqui, onde você tá indo? Ninguém vai entender se as duas mulheres ficarem juntas no quarto e muito menos os dois homens no
outro." Sílvia disse.
"Mas... Mas.. Marília?" Eu estava confuso.
Marília fez uma cara pensativa. "Ele...ela tem razão, tudo que a gente menos precisa agora é de jeito nos estranhando e fazendo perguntas. Tudo vai ficar bem você vai ver...”
Olhei para Marcos inconformado. Ele apenas bateu as mãos
nas pernas indignado e disse. "Vocês são loucos."
Excelente, como eu gostaria que isso acontecesse.
ResponderExcluirBom dia somos casal iniciante de Jundiaí só falta um casal para nós realizar uma festinha 11997116053
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